sexta-feira, 24 de junho de 2011

O PERNILONGO ( Cronica)




Fui deitar-me para descansar após um dia árduo de trabalho, porém estava um calor insuportável então resolvi deixar as janelas abertas para refrescar, mas quando eu estava dormindo um pernilongo entrou pela janela veio até mim fitou-me e sugou meu sangue.
Depois saiu como de nada tivesse acontecido, outro dia estava eu guardando meu carro na garagem e antes do portão elétrico fechar o mesmo pernilongo conseguiu entrar e novamente sugou meu sangue. O mesmo sangue que minhas células suadas produziam com tanto trabalho e sacrifício.
Novamente em meu quarto com as janelas abertas por causa do calor entra o mesmo pernilongo, porém dessa vez pensei em exterminá-lo, mas será que os mesmos direitos humanos que protegem tanto outros insetos por ai não protegeriam esse também?
Pensei em ligar para a polícia, porém a policia não consegue dar contas dos insetos até tentei ligar para a higitec para dar conta desse inseto e dedetizar minha casa, mas seria desperdício.
Comprei então um inseticida proibido por causar muito estrago, porém esse inseticida causa morte em abelhas e não em pernilongos, será que é por que esse inseticida é usado pelos pernilongos contra abelhas?
Mas fui a uma loja clandestina e comprei o Tiametoxam uma arma muito forte em matéria de extermínio de abelhas, mas que parece não ter sido testada em pernilongos.
Agora sim eu estava armado com o inseticida e poderia matar aquele pernilongo que me sugou algumas vezes.
Mas e se matasse mesmo esse inseto por legítima defesa por ter me sugado o sangue será que eu seria absorvido ou seria condenado por portar uma arma letal sem registro ambiental?
Ainda sim pensei e não apertei o gatilho do inseticida e o mesmo pernilongo sugou-me de novo e foi embora.
Pensei em ligar para a polícia das dedetizadoras e pagar por uma proteção em minha casa com gás atordoante para insetos.
Mas se me lembro já pago imposto para garantir esse serviço e mesmo assim não tenho proteção contra esses insetos por quê?
Então sem esperar pela proteção que o governo dessa dedetizadora me oferece vou usar meu inseticida sem nenhum medo de eliminar esse pernilongo.
Então esperei o pernilongo rodear meu quarto sugar meu sangue e jogar pela janela, mas quando ele virou as costas e ia bater suas asas eu apertei o gatilho do inseticida e matei aquele inseto sugador de suor e sangue.
No dia seguinte a noticia principal dos jornais e dos direitos dos insetos era: homem portador de inseticida sem registro mata pernilongo que invadiu seu quarto sugou seu sangue e agora será condenado por esse crime.

Autor: Elvis poeta de rua.








A cidade.







Por aqui quando cheguei
Logo de vista já estranhei
As pessoas não se cumprimentavam
Não conversavam e não se amavam

Eram umas inimigas das outras
Mesmo todos sendo pessoas
O ar cheirava diferente
Misturado pelos poluentes

A água era concentrada
De flúor e cloro para não ser contaminada
Porem essa mesma água era a que matava
De um câncer que a medicina não curava

Os carros eram necessários em postos
Que viviam do petróleo
E assim faziam seus monopólios
O ser humano era guiado de carros aos seus velórios

Ouço um grito de socorro hediondo
Atravessando as camadas da estratosfera e troposfera vinda de ozônio
Esse mesmo grito ainda não é ouvido com tanta clareza
Mas ambos gritam: a camada de ozônio e a mãe natureza

Os alimentos também tiveram seus momentos
E hoje nos alimentamos de transgênicos
A cidade evoluiu para a década seguinte
Que antecede o apocalipse, enquanto a ciência se foca no eclipse

A cidade tem crianças com fome de esperança
Tem poetas com fome de sabedoria
A cidade não passa mais confiança
Só nos mostram o fim dos dias

Nessa cidade tem fumaça de cigarros
Também concentradas pelas fumaças dos carros
Meus pulmões nessa cidade não conseguem respirar
Talvez fosse por isso que quiseram de me deixar

Aqui nessa cidade a embriaguez também mata
Apenas com uma dose de cachaça
Quando aqui cheguei sonhei em mudanças para mim
Mas ao por os pés nessa cidade acabei encontrando o meu fim.

Autor: Elvis poeta de rua.


domingo, 19 de junho de 2011

Artéria de poeta.





Jorram poesias de meu coração
Na sístole e na diástole da solidão
Entre a contração e dilatação do sim e não
A artéria pulmonar do poeta sangra em vão.

Minhas artérias radiais radiam poesias
Minhas artérias carótidas
Levam até meu cérebro novas rimas
Na artéria do poeta percorre sua vida.

Vou fazer uma hemorragia de pensamentos
E assim hemóstasia seus tormentos
A artéria do poeta entra em derrame com o tempo
Mas antes de meu derrame cerebral eu escrevi nesse momento.


Autor: Elvis poeta de rua.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Inocência





Inocência não é uma palavra com três definições
Inocência é a criança acreditar que o urubu ao ser redor
É apenas um anjo negro que veio libertá-la
Inocência é brincar no lixo e pensar que aquilo é diversão
Inocência é uma criança pedindo esmolas
E acreditar que isso faz parte do nosso país

Inocência é algo que não se pode comprar e nem vender
Mas é algo que o ser humano conseguiu corromper
A criança é inocente ao ponto de acreditar
Que o som de fome é sua barriga querendo conversar
A inocência não esta com aqueles que aprenderam a corrompê-la
A inocência esta com aqueles que acabaram de nascer

A inocência se destaca em algumas palavras
Ignorância do mal, pureza, simplicidade, ingenuidade e por que não esperança
Que são as melhores qualidades de uma criança
A criança acredita que o céu se abrirá
Que os anjos descerão e que de toda a maldade as resgatarão
Inocência um sentimento que esta entrando em extinção
Pois os anjos de agora esse sentimento jamais entenderão.


Autor: Elvis poeta de rua.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Liberdade.




Vou rasgar meu tecido e sair pelos poros
Vou me libertar dessa carne sofrida
Rasgando minhas vestes surradas
Aceitando minha carta de alforria

Vou me arrancar desses ossos frágeis
Estourar minhas cordas vocais num ultimo grito
Vou extirpar meu cérebro de meu crânio
Deixando somente pensamentos anônimos

Vou fugir pelas janelas dos meus glóbulos oculares
Vou ensurdecer meus tímpanos com uma ultima martelada
Vou adentrar em meu interior rasgando minha pele externa
Deixando em liberdade somente o que de mim ainda resta.

Autor: Elvis poeta de rua.

Eu preso em mim




Fiquei aprisionado pela minha própria dor
Pelo meu ódio, rancor e falta de amor
Eu estou preso em mim pela minha fraqueza
Sou refém da saudade e da tristeza

Sou prisioneiro de minhas memórias
Da minha vida sem gloria
De uma luta sem vitória
Desse meu mundo sem trajetória

Sou prisioneiro de mim mesmo
Dos meus sonhos e desejos
Dos meus planos desfeitos
Das minhas noites de pesadelos
E desse coração que mora em meu peito.

Autor: Elvis poeta de rua.